

O segundo candidato a herdar a coroa do rei Davi foi Absalão (2 Samuel 14:25-27). Absalão representa a liderança baseada na aparência. Diz a Bíblia que Absalão era o homem mais belo de Israel e que, da planta do pé ao alto da cabeça, não se achava nele defeito algum (2 Samuel 14:25).
O problema de Absalão é que ele era movido por suas emoções. Sua irmã Tamar foi enganada por Amnom, primogênito de Davi, que, tomado de paixão, acabou se deitando com ela à força. Ao ouvir sobre aquela grande atrocidade, ao invés de buscar o rei e aguardar que ele tomasse providências, Absalão guardou rancor contra Amnom em seu coração (2 Samuel 13:1-22).
Passados dois anos, Absalão se vingou de Amnom, montando uma emboscada para que seus servos que o matassem (2 Samuel 13:23-29). Ao fazer isso, ele ultrapassou a autoridade de Davi e provou que não era apto a reinar, pois seguia seus próprios impulsos ao invés de esperar pela justiça de Deus.
Absalão fugiu e, por um longo período, não foi admitido à presença do rei. O comandante Joabe tentou ajudá-lo, porém, mais uma vez, Absalão se cansou de esperar e mandou que seus servos colocassem fogo em um pedaço de campo para chamar a atenção da casa do rei (2 Samuel 14:30).
Não há registro de que Absalão tenha se arrependido de seus atos ou tenha pedido perdão a Davi. Ao invés disso, ele cometeu alta traição, se colocando à porta da cidade e, ouvindo todo homem que viesse ao rei a juízo, ele passou a furtar o coração do povo e a suscitá-lo contra Davi (2 Samuel 15:1-6).
Por fim, a paciência de Absalão se esgotou. Ele enviou emissários secretos por todas as tribos de Israel e mandou que tocassem as trombetas, anunciando que ele era o novo rei de Hebrom (2 Samuel 15:7-10).
Davi poderia ter atacado Absalão, mas, diferente de seu filho, ele estava seguro em sua posição, pois havia sido ungido por Deus para ser o rei de Israel. Ele teve diversas oportunidades de acabar com Saul, mas confiou que Deus o levantaria como rei no tempo determinado. Davi não precisava bolar esquemas ocultos por poder, porque sua autoridade havia sido dada pelo Senhor.
Absalão teve um trágico fim: na peleja contra seu pai, seu cabelo ficou preso em uma árvore e a mula que ele montava passou adiante, deixando-o pendurado entre o céu e a terra. Os homens de Davi o feriram e ele morreu (2 Samuel 18:9-15).
Por causa da amargura em seu coração, Absalão bolava armadilhas para conseguir o que queria, mas seu desejo de vingança acabou aprisionando-o em uma armadilha que levou ao seu fim. Quem não confia na justiça e no tempo do Senhor, e bola seus próprios planos para alcançar o sucesso com base em sua própria capacidade, acaba enredado por sua vaidade. Quando somos movidos pelas emoções ao invés de permitir que o Espírito nos guie, terminamos como Absalão: nem conquistando a coroa no céu, nem na terra, ficando presos de nossos desejos e impulsos carnais.


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