

No relato da vida de Davi, vemos duas situações bem distintas. Na primeira delas, Davi foi vítima do erro de um homem; na outra, ele foi o próprio causador do erro.
Na história de Davi e Abigail (1 Samuel 25:2-44), o marido de Abigail, Nabal, cometeu uma afronta, ao se negar a oferecer provisões para o exército de Davi, quando os homens de Davi, em outra ocasião, haviam dado provisão e proteção aos pastores de Nabal. Não só Nabal foi ingrato e injusto, como ainda diminuiu Davi e fingiu não reconhecê-lo.
Davi quase cometeu um erro ao tentar se vingar de Nabal. Ele teria matado todos do sexo masculino de sua casa, se Abigail não tivesse intervindo, honrado a Davi com mantimentos e reconhecido seu potencial como futuro rei de Israel. Ela conseguiu convencê-lo a não executar aquela vingança, dizendo que, quando Davi se tornasse o futuro governante da nação, a matança sobre a casa de Nabal poderia se voltar contra ele. Davi entregou sua justiça nas mãos de Deus e o Senhor consertou o erro. Deus fez Nabal morrer dez dias depois, o que possibilitou Davi casar-se com Abigail, uma mulher formosa, sábia e temente a Deus.
Já na história entre Davi e Bate-Seba, Davi foi o responsável por cometer o erro (2 Samuel 11-12). Ele desejou uma mulher casada com um de seus fiéis valentes e que era neta de um de seus conselheiros. Ele se deitou com ela, a mulher engravidou e ele mandou matar seu marido para encobrir seu pecado, colocando em risco a vida de todos os soldados em uma batalha que visava tão-somente seus interesses pessoais.
Enquanto Davi tentou consertar seu erro com seu próprio esforço, mais erros ele cometeu. Até que, um dia, ele reconheceu seu pecado e deixou a situação à cargo da soberania do Senhor. Deus não o lançou fora, dizendo: “você fez essa bagunça, agora, se vira!”. O Senhor o perdoou, fez com que Bate-Seba concebesse novamente e escolheu seu filho Salomão como sucessor do trono.
Deus exerceu misericórdia sobre Davi tanto quando ele acertou como quando ele errou. Quem permite que Deus conserte os erros, cometidos por nós ou contra nós, encontra Sua graça. Davi não merecia o tratamento que recebeu de Nabal, nem tampouco o perdão de Deus pelo adultério com Bate-Seba. No entanto, Deus lhe concedeu graça e não lhe tratou segundo seu merecimento, mas segundo Sua misericórdia.
Se esperamos de Deus sempre o que merecemos, sejam bênçãos por um bom comportamento ou castigos por um mau procedimento, nunca receberemos o que Ele quer que tenhamos: o derramar de Seu favor para transformar os erros em retidão.


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